No domingo um e-mail muito simpático, em português, me convidava para testar o Tidal, “nova” plataforma de streaming de música (e vídeo) por 90 dias gratuitos e depois um valor de R$14,90/mês.

Com o objetivo de ser o Spotiy para conteúdo HiFi (alta-fidelidade de áudio), o Tidal nasceu na Noruega nos berços da Aspiro, empresa que foi adquirida pela Project Panther Bidco Ltd em Janeiro desde ano (2015) em uma transação de 56 milhões de dólares. Project Panther também pode ser descrita como a empresa controlada por Shawn Carter, vulgarmente conhecido como Jay-Z. Sim, o marido da Beyoncé.

Com o atrativo de ser a casa do conteúdo HiFi, o Tidal oferece streaming AAC+ 96, AAC 320 e o grande diferencial: FLAC 1411. Sim, 4 vezes mais “fiel” que o principal concorrente do mercado. Mas com um grande problema, a opção de alta- fidelidade é oferecida apenas em um plano mais caro de R$30 mensais e funciona apenas nos aplicativos desktop, mobile e no Google Chrome (Sorry, Firefox).

Jay-Z, Taylor Swift e outras infinitas gravadoras, grupo fonográficos, selos e artistas se posicionam contra o modelo chamado de “freemium”, aplicado pelo Spotify no mercado, no qual o consumidor pode ter acesso às obras sem pagar nem um centavo (mas os artistas recebem, que fique claro). Assim, Jay-Z tratou de colocar em prática seu plano para tentar “mudar o mundo da música”, novamente.

Seguindo a compra do serviço, Jay-Z reuniu artistas, fez um video-case bonitão e deu asas ao crescimento do Tidal, que agora atinge 31 países ao redor do mundo com aproximadamente 580 mil usuários (todos pagantes, é claro).

Sobre o serviço: Spotify wannabe.

Quando eu migrei da minha biblioteca local (na época dentro do iTunes) para o Spotify nos idos de 2012, a sofrência foi considerável. Na época o Spotify não trabalhava com o conceito de biblioteca, então você apenas criava playlista e dava estrelas para as canções. Não teve como, me tornei amigão da busca e das ditas playlistas. Mas o Spotify mudou, introduziu uma curadoria matadora, agregou conceitos de organização de biblioteca desde 2014 e explodiu mundo a fora.

Como já havia gastado meu fósforo me adaptando ao Spotiy, a barreira para usar o Tidal foi praticamente nula. Os conceitos de menu, bibliotecas, avaliação e organização dos artistas, albuns e canções são extremamente parecidos e fáceis de usar. A versão web do player é muito mais bem feita que a do Spotify e muito menos dependente de Flash (por mais que ainda precise para executar as músicas).

Até as cores são semelhantes!

Mas, como todo serviço de streaming, a dificuldade de ter tudo no catálogo é sempre presente. Na segunda-feira estava ouvindo o disco novo do Disclosure, Caracal e na terça-feira o disco já não estava mais lá. Com fosse um disco antigo e sem muitas audições, eu entenderia a mudança, mas com um disco lançado há menos de 30 dias esse tipo de coisa é inaceitável. De resto, tudo que busquei, encontrei. De Alabama Shakes à Miles Davis, passando por LCD Soundsystem e Hot Chip.

Enfim, temos mais um player no mercado, assim como Rdio, Deezer, Google Play Music e Apple Music. Alguém deles irá se destacar perante ao Spotify? Não sei, mas são cenas dos próximos capítulos. Eu apostaria em Google Play Music e Apple Music, mas esse jogo de cartas marcadas às vezes pode mudar quando a mesa virar.

Na escala quagliato, 4 de 5 corações: <3 <3 <3 <3

UPDATE 20/10/2015 09:30: Tidal tem mais dois problemas identificados:

  1. Toda vez que eu faço login num device/browser diferente, ele me oferece o tour guiado do aplicativo;

  2. Eu preciso configurar o scrobble da last.fm em cada device/browser separadamente, não dá pra configurar em um e esperar que ele faça em todos (algo que o Grooveshark já fazia lá em 2010).